sexta-feira, 21 de setembro de 2012

De Christine de Pizan à Dilma Rouseff

Tudo começou com a francesa Christine de Pizan, autora do livro "A Cidade das Damas", por volta de 1405. Viúva e mãe de três filhos, ela defendia em seus escritos que meninas deveriam frequentar a escola regular, tal qual os meninos. "Se fosse costume enviar as mocinhas à escola e ensiná-las metodicamente as ciências, como é feito para os rapazes, elas aprenderiam e compreenderiam as dificuldades de todas as artes e de todas as ciências tão bem quanto eles", pregava.
Mais de três séculos depois, Marie Gouze, em plena Revolução Francesa - que pregava liberdade, fraternidade e, tudo o que ela mais desejava, igualdade – adotou o pseudônimo de Olympe de Gouges para assinar suas petições e panfletos e, aos 43 anos, em 1791, escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, que, obviamente, não foi aprovada pela Assembleia Nacional.
Naquela época, mulheres eram consideradas inferiores aos homens e tudo o que podiam fazer era obedecer aos seus pais e esposos, cuidar da casa e dos filhos. A Declaração dos Direitos da Mulher exigia que a elas fossem consideradas livres desde o nascimento, que as distinções sociais fossem baseadas no interesse comum e que direitos - como a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão – dos homens fossem dados a elas.
Olympe foi guilhotinada em 1793, com seus ideais e a desculpa de ser antirrevolucionária e uma mulher ‘desnaturada’.
Muitas outras seguiram seus pensamentos, como a britânica Mary Wollstonecraft, que escreveu e publicou em 1792 a "Reivindicação dos Direitos da Mulher", a brasileira Nísia Floresta, que lançou uma tradução livre para o Português dos escritos de Mary, em 1823, dando-lhe o nome de "Direito dos Homens, Injustiça para as Mulheres" e a argentina Joana Paula Manso de Noronha, que revolucionou a imprensa no Brasil, produzindo, em 1852, o Jornal das Senhoras, primeiro periódico feito para e por mulheres.
Essas e muitas outras mulheres durante os séculos trilharam seus caminhos lutando pelo direito de serem iguais aos seus irmãos. Em 2010, a vitória de Dilma Rouseff na disputa pela presidência foi um marco para as feministas brasileiras, que usam a política como exemplo quando dizem que as mulheres podem chegar mais londe.
 
"O fato de Dilma estar lá, faz com que as mulheres reconheçam que a política e os espaços de decisão são espaços para elas. As mulheres têm direito e capacidade para estarem nesses espaços de decisão tão importantes", defende Sonia Coelho da Organização Feminista Sempre Viva e militante da Marcha Mundial das Mulheres.
Pode-se dizer que o Brasil viva, nesse momento, sob a presidencia de Dilma, o momento mais propício para as mulheres alçarem os patamares que tanto desejam. Avante, mulheres! O mundo é de vocês!
 
Jaqueline Rosa
 

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