Desde criança ouço as
pessoas dizerem que as mulheres são consideras o sexo frágil. Bem, baseando-se
na força física, aquela de abrir potes e levantar coisas pesadas, acho que o
ditado popular está certo.
Mas com o passar do tempo,
passei a observar fatos corriqueiros na minha própria família:
- Minha avó além de preparar
o almoço, servia o meu avô enquanto ele permanecia sentado como se ela fosse
uma garçonete.
- Minha mãe sempre trabalhou
fora. Na noite anterior ela deixava a comida do dia seguinte pronta para mim e
para o meu irmão que éramos pequenos , limpava a casa que normalmente se
encontrava um pouco suja, e ainda nos contava histórias antes de dormirmos.
Aí, com o tempo, vieram os questionamentos:
“Por que minha mãe faz tudo e
nunca reclama?”
“Por que meu avô não se
levante e coloca a própria comida no prato?”
“Por que as mulheres
trabalham fora, como os homens, e ainda fazem todo o resto sem dizerem que
estão cansadas?”
Claro que quando eu
perguntava essas coisas para as mulheres citadas acima, elas desconversavam e
diziam que era porque isso tudo é serviço de mulher porque os homens não sabiam
fazer isso.
Talvez seja porque as
mulheres realmente não encarem tudo isso como um desafio ou uma obrigação. É
algo natural. Mas aí surgiam mais perguntas:
“Mas o sexo considerado
forte só serve para trabalhar?”
“O sexo forte é desprovido
de consciência?”
“O sexo forte se cansa assim
tão fácil?”
Fui muito mal interpretada, inclusive
pelas mulheres, quando eu fazia esses tipos de perguntas, então comecei a perceber
que as mulheres (algumas), inconscientemente acham que devem cuidar dos seus
homens como se eles fossem bebês. E o pior, alguns deixam serem tratados de tal
maneira.
Dizem que as mulheres
possuem instinto maternal e tudo mais, mas não concordo com isso. Acho que as
mulheres se importam demais com tudo e com todos, com o bem estar dos que as
cercam e muitas vezes se esquecem delas mesmas. Deixam-se serem mal tratadas e
humilhadas pelos “seus” homens, muitas apanham, são traídas, e aí? Perdoam,
sempre perdoam. Algo muito nobre, mas que gera algumas consequências para as
próximas mulheres que terão relacionamentos com os homens que elas tanto
amaram.
Quero deixar bem claro que amo
os homens. Já conheci e conheço homens muitos bons e gentis, inclusive meu avô
que gostava de ser servido pela minha avó. Homens que não se encaixam no estereótipo
do machão que quer uma esposa para massagear seus pés e lavar suas cuecas. Se
eu fosse homem teria vergonha de deixar minha mulher lavar minhas cuecas. Deve
ser uma sensação de impotência.
Mas resumindo, no fundo, não
culpo os homens ignorantes e machistas que veem as mulheres como bonecas
infláveis, ou só nos veem como peitos e bundas ambulantes.
Creio que para uma
convivência harmoniosa, entre qualquer espécie que seja, deve haver
primeiramente o amor próprio, pois se amarmos a nós mesmos, ninguém se sentirá
no direito de nos maltratar.
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