quarta-feira, 31 de outubro de 2012

" Que sabem celibatários sobre as mulheres?"


    A reportagem que eu li esses dias, e deu origem a esse texto e ao seu título, foi uma entrevista feita com a ex-comissária de Direitos Humanos da ONU:
    Essa frase me fez pensar em como a sexualidade FEMININA parece assustar os nossos queridos homenzinhos que compõem o Vaticano. Mas a pergunta que permanece é: POR QUÊ?
    Por que a sexualidade feminina é tão menosprezada aí na Itália? O que vocês têm contra nós? Será que não sentem tesão quando olham uma revista com fotos de mulheres peladas?        E se sentem, acham isso errado? E quem disse que é errado? Por que, desde sempre, vocês transformaram o direito da mulher de sentir prazer durante o ato sexual algo nojento e desprezível? Por que os homens podiam manter relações à força com quais e quantas mulheres quisessem? Por que é normal homens gostarem de sexo, e as mulheres são consideradas promíscuas se também gostam e admitem ?
    Mais uma vez o passado me assombra, e sempre vai.
    Nós, sendo mulheres, não podemos deixar de pensar em como somos reprimidas pela religião predominante. Isso não é justo. Graças a nossa união com os homens é que a raça humana existe. Por que nunca nos fora dado o devido respeito? Nós, que temos um aparelho reprodutor magnífico e tão complexo!
    Vocês, MULHERES, não se perguntam isso? Eu tenho essas perguntas na minha cabeça desde adolescente.
    O Brasil, retirou do texto final da Rio+20 ( por pressão do Vaticano), a expressão “direitos reprodutivos”, que designaria a autonomia da mulher para decidir quando ter filhos.
    Esse direito não deveria nem ser cogitado, já que nós mulheres, assim como os homens, queremos fazer sexo e não engravidar. Todas as mulheres deveriam ter acesso gratuito a anticoncepcionais, sem exceções, e o aborto deveria sim ser legalizado, evitando tantas mortes que ocorrem decorrentes do aborto induzido.
    Sou a favor da legalização do aborto, da liberdade de decisão que todo cidadão deve ter sobre o que fazer da sua vida. Isso não significa que eu seja a favor do aborto em si (nem que eu deva dar explicações sobre isso).
    Eu só gostaria que as MULHERES parassem um pouco de se preocupar com os problemas banais que somos induzidos a nos preocupar, e pensassem nessas questões. Por que nos devotamos a uma entidade que não nos respeita como seres humanos? Que não dá a devida atenção a questões tão importantes para nós, como essas colocadas acima? Qual será o real motivo? Nunca vamos saber.
    Enquanto isso, o que nos resta é usarmos nosso cérebro, para que (mesmo em silêncio) questionemos sobre tudo e todos, e o mais importante é que ninguém pode decidir nossa vida por nós. 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mulheres na máquina do tempo


    Eu, sendo uma amante de ficção científica mais do que assumida, após ler A Máquina do Tempo do H.G. Wells, me peguei pensando como seria o nosso planeta se as mulheres pudessem voltar no tempo, e comandar a humanidade desde sempre.
    Creio eu, que antes de tudo, o sexo jamais seria considerado um pecado. Desde os tempos mais primórdios o sexo é considerado um tabu, e nós mulheres somos vistas como demônios que conduzem os inocentes homens ao caminho da perdição, como se tivéssemos culpa de ter nascido com uma vagina no meio das pernas e um aparelho reprodutor mais do que maravilhoso. Pergunto-me o que se passava na cabeça dos homens quando resolveram criar esse “pecado” do sexo, sendo que nos estuprávamos sem pudor como se tivéssemos sido criadas para satisfazer seus desejos considerados proibidos por eles mesmos. Só um homem mesmo para conseguir tal proeza.
    Em um mundo moldado pelas mulheres desde sempre, não consigo imaginar religiões que dividem grupos de pessoas e causam guerras. Imagino um respeito mútuo de crenças individuais, e uma adoração da natureza acima de tudo, uma gratidão pelo ar que respiramos e pelos alimentos que nos são dados pela terra, que não geraria tanta destruição, desmatamentos e poluição em nome do dinheiro e do poder. Claro que todas essas modificações feitas na natureza nos são apresentadas como um sacrifício para o desenvolvimento. Fingimos que acreditamos.
    Outro fato triste que eu acho que nós mulheres, por termos instinto maternal ou sei lá o que os homens gostam de dizer que temos, jamais permitiríamos, seriam atos como o da inquisição. Supostas bruxas jamais seriam queimadas, e pessoas nunca seriam enforcadas em lugares públicos.
    Quando penso em um mundo governado por mulheres, penso em um Woodstock eterno, amor livre, aceitação, e um convívio harmonioso entre o feminino e o masculino.
    Mas, como nós mulheres lidamos com um sexo que além de não gostar de ser contrariado, tem a necessidade de provar aos outros o seu poder sobre todos os seres vivos de um planeta que ele considera ser o dono, rapidamente eles se uniriam e começariam um guerra contra nós que nos deixaríamos ser dominadas, porque acreditamos que uma disputa por poder é inútil, já que no final das contas, o que importa é o que possuímos por dentro.
    Esperamos ansiosas pela máquina do tempo.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Se acha feminista, mas quer que o homem abra a porta do carro:

 
POSER!
 
 
"O conceito de cavalheirismo não serve pra nada, né? O que é cavalheirismo? Que vergonha! Gentileza, sim. O homem tem que ser gentil com a mulher, a mulher com o homem. Cavalheirismo implica que a mulher é incompetente rpa puxar uma cadeira? Ela malha, segura 10 kilos, mas não consegue puxar uma cadeira ou abrir uma porta? Cavalheirismo é um horror! Precisamos pensar sobre isso, gente! A mulher deve dividir a conta do motel com o homem? Outro dia joguei essa questão para uma amiga. E ela: "Ah, divido restaurante, cinema, mas motel não". E eu, pergunto: "Motel não por quê?". É como se a mulher quisesse os benefícios da emancipação, mas não quisesse os ônus. Então, depois não reclama que ganha menos."
 
Regina Navarro Lins, psicanalista, para a Revista TPM.
 
 
 
(Jaqueline Rosa leu essa na TPM e se indignou de ainda dar valor a esse cavalheirismo tonto do qual, ela entendeu, mulher nenhuma precisa. Viva a gentileza!)

domingo, 14 de outubro de 2012

Amélia que era mulher de verdade

Acho que nunca comentei isso por aqui, e se não falei o faço agora: moro sozinha, ou quase sozinha, dá no mesmo para falar a verdade e no fim nem importa, pois passo a maior parte do tempo fora de casa e quando aqui estou, estou só. E foi nessa história de quase sozinha que percebi algo importantíssimo: não nasci mesmo para essa história de sala, banheiro e cozinha. Não gosto de cozinhar, detesto ter que limpar casa e me deixa deprimida ter que tirar pó dos móveis. Se tem um cômodo com o qual me identifico e gosto muito, é meu quarto, em especial da minha super cama de casal e da minha estante abarrotada de livros. Ali sim estou em casa, se acompanhada melhor ainda!
Mas o que me deixa mais puta da vida, é quando escuto a mulherada falando sobre os tais serviços domésticos e tem sempre aquela que solta: "Ah! Eu adoro passar roupa!!! Lavar não gosto não, mas passar é comigo mesmo!" Eu entro em pânico, não é possível uma coisa dessa. O que me vem a cabeça? Poderia fazer uma lista imensa, mas vejamos os primeiros:
1ª Quem sente prazer com tábua de roupa e um ferro quente, sem trocadilhos, não deve nunca ter provado de orgamos alucinantes, que nem precisam ser múltiplos! Já foi o tempo em que mulher tinha que se contentar com os afazeres domésticos e me contrange amigas casadas, da minha idade, afirmando tais barbáries.
2ª Fico tentada em pedir o endereço dessa cidadã. Assim poderei encaminhar pilhas de roupa para passar que se acumulam dia após dia, aqui ao lado. Confesso que cada vez que olho para elas eu arranjo algo melhor para fazer e elas continuam ali, hora aumentam, hora diminuem, dependendo da distância com o fim de semana.

3º Crie vergonha nessa cara! TER que passar é uma coisa, eu também tenho, mas gostar disso? É o que, algum prazer sádico? Compre um chicote! Ou leia um livro, se masturbe, mas nunca, em nenhuma situação, diga que ama passar roupas, esfregar azulejos ou encerar o chão ajoelhada!

4º Que homem sente tesão por uma mulher com o ferro na mão? Ou será que sente? Oh céus, paradoxo!!! Será que é esse o problema da mulher moderna? Será que os homens fogem porque não encontram em nós a Amélia encarnada?

Será que teremos que sacrificar o esmalte vermelho escarlate em prol de sexo regular, uma pia cheia de louça e um avental florido? Oh não!!!!

Gisele Gutierrez

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Interesseiras


    Nós que somos mulheres, no decorrer de nossas vidas, é inevitável que nunca tenhamos ouvido alguma de nossas amigas (ou nós mesmas) dizerem em horas de brincadeira (ou não) que querem se casar com um homem rico. E esses dias, após ler um texto de um homem dizendo como reconhecer uma mulher interesseira (risadas eternas e altas), fiquei pensando por que as mulheres são as únicas vítimas desses comentários.
    Primeiramente, não condeno nenhuma mulher que se casa por dinheiro, ela pode não ter amor, mas a felicidade superficial lhe basta, e amor muitas vezes vem com o tempo.
    Os homens dizem que por as mulheres serem interesseiras, elas devem ser tratadas como mercadoria. E vocês, deveriam ser tratados como retardados mentais, pois acham sexo mais importante do que tudo. O quão deprimente é isso, homens? E qual o tamanho da burrice de vocês que não sabem distinguir amor de interesse?
    Vocês saem com uma garota, que muitas vezes se interessou por vocês de verdade, e só porque vocês têm um carro (que é uma coisa muito excepcional, nenhuma outra pessoa tem, só você), acabam achando que ela só se interessa pelo o que vocês têm. A autoestima é assim tão baixa? Você é tão podre por dentro e por fora que você não vale nada se não tiver dinheiro? E nós mulheres, somos obrigadas a ouvir brincadeiras de mau gosto vindas de homens problemáticos que não se amam, e pensam que ninguém nunca os poderá amar.
    A verdade é que, quando vejo um homem talvez muito mais velho do que a esposa ou namorada, e eu sei que ele tem bastante dinheiro, eu o admiro por ele não se menosprezar e crer que pode sim, ser amado pelo o que ele é. E tem mais, para a maioria das mulheres, um cara bonitão, com um corpo bonito, alto e tudo mais, não nos interessa se de dentro só sai conversa sobre academia, show sertanejo e festa “VIP”.
    Para mim, e acho que posso falar em nome de muitas outras mulheres, o que chama atenção é a inteligência, humildade e claro, senso de humor.
    Por isso, não podemos tirar o crédito de uma mulher que se casa com um homem bem sucedido, pois ele deve ter milhares de atrativos além do dinheiro (ou não).
    Resumindo, homens, muitas vezes eu tenho pena de vocês, sempre alerta achando que queremos roubar toda a fortuna do seu papai. O que as mulheres querem é um homem a altura, com iniciativa, rápido de raciocínio, querem um companheiro para passarem juntos pelos momentos difíceis, um homem que não deixe tudo nas nossas mãos, culpando sempre o cansaço. Não podemos ser hipócritas, é óbvio que todo mundo, independente do sexo, gosta de conforto. Quem não quer passear pelo Senna comendo um croissant? Quem não quer passar o Natal em Nova York? Quem não quer nunca mais ter que se preocupar com dinheiro? Acho que esse pensamento “consumista” está longe de ser um privilégio somente das mulheres.
    Por isso, homens, por favor, parem com essa ladainha de que não conseguem mulher porque não têm dinheiro. Admita que é porque você deve ser um babaca mesmo e ninguém, nem vocês, gostam de babacas.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Masculinização da mulher



    Esses dias ouvi em um programa de televisão voltado (principalmente) para o público feminino, sobre a masculinização da mulher. Achei esse termo interessante, e a primeira coisa que me veio à cabeça, foi uma mulher de cabelos curtos usando uma camiseta com propaganda política e uma calça jeans dois números maiores do que o que ela realmente usa. Depois, pensei comigo mesma que eu estava fazendo, além de um pré-julgamento machista (porque quem disse que para sermos femininas temos que usar um mini-vestido curto e colado no corpo, um salto-alto enorme, e os peitos pulando para fora do decote?), era um julgamento muito visual e fútil. Não cheguei a ver o fim do programa, mas tirei minhas próprias conclusões.
    As mulheres, ao longo dos anos, lutaram com unhas, dentes e roupas de baixo, para se igualarem aos homens, para terem os mesmos direitos. Por um lado, admiro essas mulheres, porque graças a elas somos respeitadas (pelo menos perante a lei) como seres humanos pensantes com as mesmas capacidades intelectuais dos “homens”. Mas por outro lado, não sei se elas fizeram um bom negócio. Na verdade, não sei se gostaria de ser como os homens. Quando digo homens, digo os homens de muitos anos atrás. Aqueles que só pensavam em guerrear, que cultivavam um ódio sem sentido entre si, que matavam uns aos outros sem nenhuma piedade, que serviam religiosamente a um “deus” que discriminava todas as outras crenças; e faziam todas essas coisas horríveis, enquanto suas esposas ficavam em casa costurando e cuidando dos filhos. Pelo menos isso é o que eles pensavam. Os homens são sempre tão seguros de si com seus empregos importantes e suas conversas importantes, mal sabem o que se passa na cabeça de suas esposas.
    Voltando ao assunto, as mulheres eram consideradas seres inferiores que não entendiam nada de política e muito menos de guerras, sendo assim elas se sentiam excluídas da sociedade. Aí eu me pergunto: Quem, em sã consciência, quer fazer parte de uma sociedade dessas?
    Adiantando um pouco o assunto, as mulheres conseguiram quase tudo o que almejavam: possuem direitos iguais, ganham igual aos homens, trabalham fora o dia todo e por aí vai. Isso tudo seria ótimo se os homens também tivessem mudado o modo de pensar. Vejo as mulheres se sobrecarregando, cuidando de tudo, absolutamente tudo, enquanto os maridos trabalham o dia todo e chegam em casa reclamando que estão cansados. Não estou generalizando, é só um desabafo.
    E para terminar, alguns homens “espertos” como são, acabam tirando proveito dessa situação. Tratam-nos de igual para igual, não fazem nenhuma gentileza. E não, não estou me contradizendo. Todo mundo gosta de ser bem tratado, assim como para se conquistar um homem, a mulher talvez tenha que ser boa de cama, ou boa de conversa, ou sei lá o que os homens gostem, nós mulheres gostamos sim de homens educados, gentis e que pelo menos no primeiro encontro, JAMAIS falem em dividir a conta. É machismo? Pode ser, mas tudo é uma pequena troca de interesses, certo? 

Romance Moderno

Se conheceram online, tão comum e corriqueiro que nem causa mais espanto. Conversaram, combinaram e para o msn migraram. Logo mais se encontraram. Não demorou muito se beijaram, se amaram. Na cama terminaram. E lá se fartaram, o desejo saciaram.

Mas depois de tudo, porém, palavras faltaram para dizer o que realmente pensavam e sobre o sentiam na alma. Se era amor ou apenas paixão, nunca sequer cogitaram, definir o quanto se gostavam.

Então, um dia se afastaram. Tão rápido quanto se uniram, se desligaram. E foram para opostos lados, cada qual guardando consigo o que nunca falaram.
 
 
 
Gisele Gutierrez