segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

As Brumas de Avalon



    Estou lendo um livro chamado As Brumas de Avalon, de uma escritora chamada Marion Zimmer Bradley, no qual são contadas histórias relacionadas ao Rei Arthur, a partir do ponto de vista das personagens femininas.
    Lendo esse livro, e comparando com casos reais, não deixo de pensar como nós mulheres sempre nos sentimos inferiorizadas pelos homens. Por mais que digam que isso não existe mais, por experiências pessoas e por fatos que vivencio pessoalmente de pessoas próximas a mim, vejo que isso não é verdade.
    Uma mulher pode ser bem sucedida, ter sua empresa e ser a chefe de um monte de gente, nunca se sentir intimidada por comentários machistas e tudo mais, mas, essa mulher tão independente no trabalho, provavelmente tem um marido ou um namorado, e de um jeito ou de outro, às vezes bem sutilmente, a mulher sempre acaba fazendo o papel da idiota submissa que tem medo de perder o amor de um homem que na maioria das vezes não lhe dá valor, e a trata com convém.
    Quando se trata de relacionamentos, acho que as mulheres são muito mais dedicadas que os homens e esperam demais de seus companheiros que, diferente delas, não têm a capacidade mental de administrar um relacionamento, trabalho e estudos.
    Não estou dizendo que estamos certas em nos dedicarmos mais, mesmo porque quem se dedica mais sempre sofre mais e sente um babaca depois. O que eu não entendo, é que no fim das contas, sempre o lado babaca é o que acaba saindo de um relacionamento sem nenhuma culpa, então o esperto de afoga em lágrimas e cartas de amor escritas para um amor que ele ( ou ela ) achava ter sempre nas mãos, mas não tinha. E não tem coisa mais engraçada do que um homem escrevendo uma carta de amor de arrependimento, são boas risadas pra um sábado a noite.
    Em uma passagem do livro, uma das personagens está cuidando de seu marido doente, e sem querer pega nas mãos um pano fumegante que as queima, e ela diz que mesmo sentindo muita dor não reclamou, porque aquele era o seu marido e ela não fazia mais do que sua obrigação, que era cuidar dele. Então eu penso; se fosse ele que tivesse pegado o pano e queimado as mãos, com certeza teria dado um gritinho de dor e os papéis se inverteriam, ela ficaria com dó dele, que é o que acontece com a maioria das mulheres nos relacionamentos. Vocês homens sempre acham um jeito de nos fazer sentirmos culpada, mas não funciona com a maioria.
    Por algum motivo nós carregamos uma culpa nos ombros, como se fosse da nossa natureza aturar os caprichos masculinos de homens totalmente mimados e que gostam de se passar por machões, mas quando levam um pé na bunda inesperado ficam choramingando pelos cantos como se fosse o fim do mundo. Alguns homens são tão burros, que tratam mal suas companheiras, e não preveem que em longo prazo isso acaba com o amor e respeito, porque nenhuma mulher é tão tapada de preferir viver com um homem das cavernas a ser sozinha e livre (pelo menos eu queria que fosse assim).  
    Mas, como eu sempre digo, a culpa nunca é do agressor, mas sim de quem se deixa ser agredido. Ninguém é mal tratado por alguém se não permite, e se cada um é feliz de um jeito, quem sou eu pra julgar alguma coisa, pois podem achar o meu modo de viver bem infeliz.
   Mas a questão é que o mundo está cheio de pessoas, e enquanto não nos amarmos por completo, e não nos colocarmos sempre a frente das outras pessoas, sempre terão essas mulheres que se contentam com tão pouco e se enganam a vida inteira achando que são felizes.