sábado, 9 de março de 2013

Mulherices

Venho por meio desta  declarar que mulheres gostam sim de conversa de boteco e não apenas de butique. Mulheres tomam cerveja, falam palavrão, entendem de futebol e, nem por isso, deixam de ser mulheres. Mas são acima de tudo autênticas.

Há mulheres que se preocupam muito mais com a igualdade entre os sexos, do que com o sexo frágil, que de frágil mesmo não tem nada, afinal, o que tem de frágil um ser que sangra por uma semana, atura as dores do parto e é capaz de carregar meio mundo nas costas? 

Mulheres que não ligam se não sobra tempo de pintar as unhas, fazer escova no cabelo e nem por isso deixam de ser vaidosas. Mulheres que sofrem de pré-tpm, tpm, pós-tpm, mas que depois voltam ao normal, ou quase... 

Mulheres que gostam de futebol, que xingam a mãe do juiz, que choram em filme de cachorro,  que batem cabeça em show de rock, que jogam videogame, que roem unha, que ficam por cima, de lado, de costas, que usam tênis e calça desbotada, que comem sem culpa, que publicam suas fotos sem photoshop, com dobrinhas, magricelas ou violão... mas ainda assim mulheres, com suas mulherices e tudo mais a que tem direito. 

Gisele Gutierrez

sexta-feira, 8 de março de 2013

Revolução em Dagenham



    Primeiramente não escrevo hoje porque é o dia da mulher, porque acho que todos os dias são dias de todo mundo. Vi inclusive algumas mulheres se ofendendo em receber parabéns, ou flores ou qualquer coisa. Gente, vocês têm muito mais coisas para se sentirem ofendidas o ano todo, e relevam, e vão se ofender com um parabéns?
    Esses dias eu estava assistindo um filme chamado Revolução em Dagenham, que é sobre uma greve feita por um grupo de mulheres nos anos 60, na fábrica da Ford em Londres. Em uma certa cena do filme, uma mulher que é casada com o chefe das que estavam fazendo greve, diz para a líder das trabalhadoras: Eu sou formada na melhor universidade de Nova York e falo 3 línguas, e meu marido me trata como se eu fosse uma idiota. Eu pensei muito nessa frase, e não deixei de me perguntar: Que mulher nunca sentiu isso? Bem, eu e sei que muitas de vocês, mesmo querendo mascarar esse sentimento de inferioridade na cabecinha de vocês como algo normal, ou algo que vale a pena aturar para ter o seu amor lindo do seu lado, já sentiram isso, inclusive eu.
    A questão é que, esse tipo de coisa acontece com os homens que são ignorantes, inseguros de si, e sentem, por algum motivo, inveja da companheira. Eu não sou psicóloga, mas também não sou burra, e já observei isso em vários homens, tanto conhecidos como namorados de amigas.
    Na verdade é mais ou menos assim: o cara sabe que ele é um bosta, que tá na merda, aí ele olha pra namorada/esposa e vê nela algo de bom, e não quer que ela tenha algo de bom porque é direito dele, então eles ficam nos menosprezando com comentários que só eles julgam inteligentes, fazendo nos sentirmos como se não soubéssemos de nada. Mas graças a Deus isso acontece com poucos homens. As mulheres também fazem isso, claro. Mas como esse blog é sobre assuntos femininos, e eu sou mulher, defendo as mulheres. Mas não defendo as idiotas que convivem com esse tipo de homem.
                                                               Parabéns pra nós!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

As Brumas de Avalon



    Estou lendo um livro chamado As Brumas de Avalon, de uma escritora chamada Marion Zimmer Bradley, no qual são contadas histórias relacionadas ao Rei Arthur, a partir do ponto de vista das personagens femininas.
    Lendo esse livro, e comparando com casos reais, não deixo de pensar como nós mulheres sempre nos sentimos inferiorizadas pelos homens. Por mais que digam que isso não existe mais, por experiências pessoas e por fatos que vivencio pessoalmente de pessoas próximas a mim, vejo que isso não é verdade.
    Uma mulher pode ser bem sucedida, ter sua empresa e ser a chefe de um monte de gente, nunca se sentir intimidada por comentários machistas e tudo mais, mas, essa mulher tão independente no trabalho, provavelmente tem um marido ou um namorado, e de um jeito ou de outro, às vezes bem sutilmente, a mulher sempre acaba fazendo o papel da idiota submissa que tem medo de perder o amor de um homem que na maioria das vezes não lhe dá valor, e a trata com convém.
    Quando se trata de relacionamentos, acho que as mulheres são muito mais dedicadas que os homens e esperam demais de seus companheiros que, diferente delas, não têm a capacidade mental de administrar um relacionamento, trabalho e estudos.
    Não estou dizendo que estamos certas em nos dedicarmos mais, mesmo porque quem se dedica mais sempre sofre mais e sente um babaca depois. O que eu não entendo, é que no fim das contas, sempre o lado babaca é o que acaba saindo de um relacionamento sem nenhuma culpa, então o esperto de afoga em lágrimas e cartas de amor escritas para um amor que ele ( ou ela ) achava ter sempre nas mãos, mas não tinha. E não tem coisa mais engraçada do que um homem escrevendo uma carta de amor de arrependimento, são boas risadas pra um sábado a noite.
    Em uma passagem do livro, uma das personagens está cuidando de seu marido doente, e sem querer pega nas mãos um pano fumegante que as queima, e ela diz que mesmo sentindo muita dor não reclamou, porque aquele era o seu marido e ela não fazia mais do que sua obrigação, que era cuidar dele. Então eu penso; se fosse ele que tivesse pegado o pano e queimado as mãos, com certeza teria dado um gritinho de dor e os papéis se inverteriam, ela ficaria com dó dele, que é o que acontece com a maioria das mulheres nos relacionamentos. Vocês homens sempre acham um jeito de nos fazer sentirmos culpada, mas não funciona com a maioria.
    Por algum motivo nós carregamos uma culpa nos ombros, como se fosse da nossa natureza aturar os caprichos masculinos de homens totalmente mimados e que gostam de se passar por machões, mas quando levam um pé na bunda inesperado ficam choramingando pelos cantos como se fosse o fim do mundo. Alguns homens são tão burros, que tratam mal suas companheiras, e não preveem que em longo prazo isso acaba com o amor e respeito, porque nenhuma mulher é tão tapada de preferir viver com um homem das cavernas a ser sozinha e livre (pelo menos eu queria que fosse assim).  
    Mas, como eu sempre digo, a culpa nunca é do agressor, mas sim de quem se deixa ser agredido. Ninguém é mal tratado por alguém se não permite, e se cada um é feliz de um jeito, quem sou eu pra julgar alguma coisa, pois podem achar o meu modo de viver bem infeliz.
   Mas a questão é que o mundo está cheio de pessoas, e enquanto não nos amarmos por completo, e não nos colocarmos sempre a frente das outras pessoas, sempre terão essas mulheres que se contentam com tão pouco e se enganam a vida inteira achando que são felizes.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Riot Grrrl e mulheres na música


    Quem nunca comparou o rock e suas vertentes com o sexo masculino? Todo aquele testosterona do punk, suor e palavrões, bebidas, drogas e claro, as groupies. O mais perto do cenário musical que uma mulher chegava, era transando com os músicos, afinal não éramos levadas a sério. Em que planeta seria possível uma mulher subir no palco com uma guitarra?
    Riot grrrl é um movimento feminista que começou no começo dos anos 90, mais especificamente em 1985, quando Courtney Love, mais conhecida coma a viúva assassina de Kurt Cobain, conheceu  Kat Bjelland, e perceberam que tinham algo em comum: música.     Decidiram então montar uma banda só com garotas, o que para a época era algo novo, e assim nasceu o Sugar Baby Doll.
    Daí pra frente foi só alegria para nós garotas, cansadas do rock machista e de homens achando que caíamos aos seus pés porque eles podiam subir num palco e tocar alguns acordes. Homens e sua autoconfiança em excesso.
    Eu não vivi naquela época obviamente, mas eu tenho a impressão de que muitas das groupies que seguiam os músicos para transar com eles e depois usar drogas de graça, na verdade os estavam espionando.
    Eu acho muito fácil você se achar e ser bom em algo que te dão de mãos beijadas, por exemplo ser o editor chefe de uma revista famosa sendo que você é o filho do dono e  já nasceu com esse cargo. Ou você fazer parte da maior banda do planeta graças a um visionário que te usa como uma marionete para ganhar dinheiro.
    Rock ´n roll mesmo é quebrar barreiras, é dar o primeiro passo para que outros que pensam como você também façam o mesmo. Eu admiro muito essas garotas e toda a rebeldia que elas exalavam. Elas não fizeram sucesso pois não tiveram um super empresário ambicioso as querendo moldar para serem um modelo a ser seguido por uma determinada geração. Mesmo porque imaginem o que seria do mundo se todas as mulheres as tivessem seguido como exemplos. Teria sido um pesadelo para o macho alfa.
    É uma pena que a mídia tenha banido  (ou proibido) bandas de garotas que toquem instrumentos e cantem realmente, em vez de ficarem dançando  enquanto uma voz computadorizada sai pelo microfone.
    Há muito mais para se falar sobre as mulheres na música, mas por enquanto é o que basta. 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

" Que sabem celibatários sobre as mulheres?"


    A reportagem que eu li esses dias, e deu origem a esse texto e ao seu título, foi uma entrevista feita com a ex-comissária de Direitos Humanos da ONU:
    Essa frase me fez pensar em como a sexualidade FEMININA parece assustar os nossos queridos homenzinhos que compõem o Vaticano. Mas a pergunta que permanece é: POR QUÊ?
    Por que a sexualidade feminina é tão menosprezada aí na Itália? O que vocês têm contra nós? Será que não sentem tesão quando olham uma revista com fotos de mulheres peladas?        E se sentem, acham isso errado? E quem disse que é errado? Por que, desde sempre, vocês transformaram o direito da mulher de sentir prazer durante o ato sexual algo nojento e desprezível? Por que os homens podiam manter relações à força com quais e quantas mulheres quisessem? Por que é normal homens gostarem de sexo, e as mulheres são consideradas promíscuas se também gostam e admitem ?
    Mais uma vez o passado me assombra, e sempre vai.
    Nós, sendo mulheres, não podemos deixar de pensar em como somos reprimidas pela religião predominante. Isso não é justo. Graças a nossa união com os homens é que a raça humana existe. Por que nunca nos fora dado o devido respeito? Nós, que temos um aparelho reprodutor magnífico e tão complexo!
    Vocês, MULHERES, não se perguntam isso? Eu tenho essas perguntas na minha cabeça desde adolescente.
    O Brasil, retirou do texto final da Rio+20 ( por pressão do Vaticano), a expressão “direitos reprodutivos”, que designaria a autonomia da mulher para decidir quando ter filhos.
    Esse direito não deveria nem ser cogitado, já que nós mulheres, assim como os homens, queremos fazer sexo e não engravidar. Todas as mulheres deveriam ter acesso gratuito a anticoncepcionais, sem exceções, e o aborto deveria sim ser legalizado, evitando tantas mortes que ocorrem decorrentes do aborto induzido.
    Sou a favor da legalização do aborto, da liberdade de decisão que todo cidadão deve ter sobre o que fazer da sua vida. Isso não significa que eu seja a favor do aborto em si (nem que eu deva dar explicações sobre isso).
    Eu só gostaria que as MULHERES parassem um pouco de se preocupar com os problemas banais que somos induzidos a nos preocupar, e pensassem nessas questões. Por que nos devotamos a uma entidade que não nos respeita como seres humanos? Que não dá a devida atenção a questões tão importantes para nós, como essas colocadas acima? Qual será o real motivo? Nunca vamos saber.
    Enquanto isso, o que nos resta é usarmos nosso cérebro, para que (mesmo em silêncio) questionemos sobre tudo e todos, e o mais importante é que ninguém pode decidir nossa vida por nós. 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mulheres na máquina do tempo


    Eu, sendo uma amante de ficção científica mais do que assumida, após ler A Máquina do Tempo do H.G. Wells, me peguei pensando como seria o nosso planeta se as mulheres pudessem voltar no tempo, e comandar a humanidade desde sempre.
    Creio eu, que antes de tudo, o sexo jamais seria considerado um pecado. Desde os tempos mais primórdios o sexo é considerado um tabu, e nós mulheres somos vistas como demônios que conduzem os inocentes homens ao caminho da perdição, como se tivéssemos culpa de ter nascido com uma vagina no meio das pernas e um aparelho reprodutor mais do que maravilhoso. Pergunto-me o que se passava na cabeça dos homens quando resolveram criar esse “pecado” do sexo, sendo que nos estuprávamos sem pudor como se tivéssemos sido criadas para satisfazer seus desejos considerados proibidos por eles mesmos. Só um homem mesmo para conseguir tal proeza.
    Em um mundo moldado pelas mulheres desde sempre, não consigo imaginar religiões que dividem grupos de pessoas e causam guerras. Imagino um respeito mútuo de crenças individuais, e uma adoração da natureza acima de tudo, uma gratidão pelo ar que respiramos e pelos alimentos que nos são dados pela terra, que não geraria tanta destruição, desmatamentos e poluição em nome do dinheiro e do poder. Claro que todas essas modificações feitas na natureza nos são apresentadas como um sacrifício para o desenvolvimento. Fingimos que acreditamos.
    Outro fato triste que eu acho que nós mulheres, por termos instinto maternal ou sei lá o que os homens gostam de dizer que temos, jamais permitiríamos, seriam atos como o da inquisição. Supostas bruxas jamais seriam queimadas, e pessoas nunca seriam enforcadas em lugares públicos.
    Quando penso em um mundo governado por mulheres, penso em um Woodstock eterno, amor livre, aceitação, e um convívio harmonioso entre o feminino e o masculino.
    Mas, como nós mulheres lidamos com um sexo que além de não gostar de ser contrariado, tem a necessidade de provar aos outros o seu poder sobre todos os seres vivos de um planeta que ele considera ser o dono, rapidamente eles se uniriam e começariam um guerra contra nós que nos deixaríamos ser dominadas, porque acreditamos que uma disputa por poder é inútil, já que no final das contas, o que importa é o que possuímos por dentro.
    Esperamos ansiosas pela máquina do tempo.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Se acha feminista, mas quer que o homem abra a porta do carro:

 
POSER!
 
 
"O conceito de cavalheirismo não serve pra nada, né? O que é cavalheirismo? Que vergonha! Gentileza, sim. O homem tem que ser gentil com a mulher, a mulher com o homem. Cavalheirismo implica que a mulher é incompetente rpa puxar uma cadeira? Ela malha, segura 10 kilos, mas não consegue puxar uma cadeira ou abrir uma porta? Cavalheirismo é um horror! Precisamos pensar sobre isso, gente! A mulher deve dividir a conta do motel com o homem? Outro dia joguei essa questão para uma amiga. E ela: "Ah, divido restaurante, cinema, mas motel não". E eu, pergunto: "Motel não por quê?". É como se a mulher quisesse os benefícios da emancipação, mas não quisesse os ônus. Então, depois não reclama que ganha menos."
 
Regina Navarro Lins, psicanalista, para a Revista TPM.
 
 
 
(Jaqueline Rosa leu essa na TPM e se indignou de ainda dar valor a esse cavalheirismo tonto do qual, ela entendeu, mulher nenhuma precisa. Viva a gentileza!)